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Mostrando postagens de janeiro, 2025

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Dom Anuar Batisti
Formado em filosofia no Paraná e em teologia pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, Dom Anuar Battisti é Arcebispo Emérito de Maringá (PR). Em 15 de abril de 1998, por escolha do papa João Paulo II, foi nomeado bispo diocesano de Toledo, sendo empossado no mesmo dia da ordenação episcopal, em 20 de junho daquele ano. Em 2009 recebeu o título de Doutor Honoris Causa, um dos mais importantes, concedidos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Em 2007, foi presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Sagrada, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em 2015, foi membro do Conselho Administrativo da Pastoral da Criança Internacional e, ainda na CNBB, foi delegado suplente. No Conselho Episcopal Latino-Americano atuou como Presidente do Departamento das Vocações e Ministérios, até 2019.

O Papel Transformador da Vida Consagrada na Sociedade Atual

A vida consagrada desempenha um papel essencial na missão da Igreja e na transformação da sociedade. Homens e mulheres que optam por essa forma de vida dedicam-se inteiramente a Deus e ao serviço do próximo, seguindo os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência. No contexto contemporâneo, marcado por rápidas mudanças sociais e culturais, o testemunho dos consagrados oferece uma mensagem de esperança, solidariedade e compromisso com os valores do Evangelho. Os consagrados são chamados a ser sinais vivos do amor de Deus no mundo. Através de suas vidas, testemunham a possibilidade de uma existência centrada em valores espirituais e transcendentais, contrastando com a cultura materialista e individualista predominante. Sua missão se manifesta de diversas maneiras, como na educação, onde muitos institutos religiosos promovem uma formação integral que abrange aspectos acadêmicos, éticos e espirituais. Também se fazem presentes na área da saúde, administrando hospitais, clínica...

O Domingo da Palavra de Deus: Celebrando a Riqueza das Escrituras Sagradas

O Domingo da Palavra de Deus, instituído pelo Papa Francisco em 2019 por meio do Motu Proprio Aperuit Illis, é celebrado anualmente no terceiro domingo do Tempo Comum. Este dia é dedicado a destacar a centralidade da Palavra de Deus na vida da Igreja e dos fiéis, incentivando a leitura, o estudo e a vivência das Escrituras. A Sagrada Escritura é o coração pulsante da vida cristã. Como afirma o Salmo 119,105: “Tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho”. A Bíblia não é apenas um livro, mas a revelação do amor de Deus, uma mensagem viva que nos orienta em nossa jornada de fé. O Domingo da Palavra de Deus nos lembra que as Escrituras não devem ser relegadas a um segundo plano, mas ocupar um lugar de destaque em nossa espiritualidade, em nossas celebrações litúrgicas e em nossa vida cotidiana. O Papa Francisco destaca que, ao lermos a Bíblia, encontramos o próprio Cristo, pois Ele é a Palavra viva de Deus. Este encontro transforma nossos corações e nos impulsiona a ser...

Terceiro domingo do tempo comum

Neste terceiro domingo do Tempo Comum, a liturgia nos convida a refletir sobre a importância da Palavra de Deus em nossa vida e na missão da Igreja. O Papa Francisco, ao instituir o Domingo da Palavra de Deus, nos recorda que a Sagrada Escritura é uma fonte de luz que guia os nossos passos, como nos ensina o salmista: “Tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho” (Sl 119,105). Hoje, somos chamados a renovar nosso amor pela Palavra e a vivê-la com profundidade. A primeira leitura, do livro de Neemias, nos transporta ao tempo de Esdras, quando o povo de Israel, após o exílio na Babilônia, se reúne para ouvir a leitura da Lei do Senhor. Esdras proclama a Lei diante de todos, e o texto nos diz que “todo o povo escutava com atenção” (Ne 8,3). A leitura foi feita de maneira clara e explicada, para que todos pudessem compreender. O impacto da Palavra foi tão grande que o povo chorou, tocado pela força da Lei. Contudo, Esdras exorta: “Não fiqueis tristes, porque a alegria d...

São Sebastião: Exemplo de Fé e Coragem

O dia 20 de janeiro é dedicado a São Sebastião, um dos santos mais venerados na Igreja Católica, especialmente no Brasil. Conhecido como o santo protetor contra pestes, guerras e fome, São Sebastião é celebrado como um exemplo de fé inabalável, coragem diante das adversidades e amor a Cristo. Sua vida e martírio continuam a inspirar milhões de fiéis a enfrentar os desafios da vida com confiança em Deus. São Sebastião nasceu no século III, em Narbonne, na França, mas foi criado em Milão, na Itália. Era soldado do exército romano e ocupava uma posição de destaque como capitão da guarda pretoriana. Apesar de sua função militar, Sebastião era cristão em uma época em que a fé cristã era severamente perseguida pelo Império Romano. Sebastião usava sua posição de influência para encorajar os cristãos perseguidos, fortalecendo sua fé e ajudando-os a permanecer firmes diante das provações. Ele também convertia muitos ao cristianismo, incluindo prisioneiros e companheiros de armas, demonstrando s...

2º Domingo do Tempo Comum

O Evangelho do 2º Domingo do Tempo Comum nos apresenta o episódio das bodas de Caná, um momento de festa e alegria que revela profundas mensagens sobre o amor, a intercessão de Maria e o início do ministério público de Jesus. A presença de Jesus e Maria em um casamento nos lembra que Deus se faz presente nas realidades simples e humanas, participando de nossas alegrias e celebrações. Maria, atenta às necessidades dos outros, percebe que o vinho está acabando e intercede junto a Jesus. Este gesto nos ensina sobre o cuidado materno de Maria e sua sensibilidade às nossas dificuldades. Ela é a intercessora por excelência, sempre pronta a levar nossas necessidades ao coração de seu Filho. Suas palavras aos serventes, “Fazei tudo o que Ele vos disser”, são um convite para todos nós. Fazer o que Jesus nos diz é a chave para experimentarmos os milagres de Deus em nossa vida. É preciso ouvir a voz de Cristo, confiar e obedecer, mesmo que nem sempre compreendamos Seus planos. O milagre da transf...

Maria nos indica fazer tudo o que seu Filho disser!

Depois de termos celebrado as alegrias do Natal iniciamos, na última segunda-feira, dia 13 de janeiro do ano da graça de Nosso Senhor de 2025 o Tempo Comum. A primeira parte do Tempo Comum vai até a Terça-feira de Carnaval. A Palavra de Deus que a liturgia nos propõe neste segundo domingo comum utiliza a metáfora do “casamento” para descrever a relação de amor e de comunhão entre Deus e o seu Povo. Inclui um veemente convite a entrarmos nessa história de amor que Deus se dispõe a construir conosco. Este foi o primeiro dos sinais de Jesus, transformando a água em vinho em Caná da Galiléia. Na primeira leitura – Is 62,1-5 – um profeta anónimo fala a Jerusalém – a cidade triste e em ruínas que as tropas babilônicas destruíram e queimaram – e garante-lhe que Deus a ama com um amor sem fim. O amor de Deus irá regenerar Jerusalém, recriando-a e transformando-a numa “noiva” encantadora e resplandecente. Iluminada pelo amor, a cidade-esposa de Deus encherá de orgulho e de alegria o coração do ...

O Significado do Tempo Comum na Liturgia Cristã

  O Tempo Comum é uma das divisões do Ano Litúrgico da Igreja Católica, caracterizado por sua simplicidade e pelo convite a uma vivência profunda da fé no cotidiano. Diferente dos tempos festivos, como o Advento, o Natal, a Quaresma e a Páscoa, o Tempo Comum não está associado a um mistério específico da vida de Cristo, mas sim à totalidade de sua missão e ensinamentos. Esse período é dividido em duas partes. A primeira inicia-se logo após o Batismo do Senhor e estende-se até a Quarta-feira de Cinzas, que marca o início da Quaresma. A segunda parte começa após o Pentecostes e segue até a Solenidade de Cristo Rei, no final do ano litúrgico. Essa divisão reflete a continuidade da obra redentora de Cristo e sua presença viva na história. O principal objetivo do Tempo Comum é aprofundar a caminhada cristã à luz do Evangelho. Durante as celebrações eucarísticas, as leituras bíblicas apresentam os ensinamentos de Jesus, seus milagres e sua convivência com os discípulos e o povo. É um tem...

Viemos do Oriente adorar o Rei!

A liturgia da Solenidade da Epifania do Senhor celebra a manifestação de Jesus a todos os homens… O Menino do presépio é uma “luz” que se acende na noite do mundo e atrai a si todos os povos da terra. Essa “luz” encarnou na nossa história e no nosso mundo, iluminou os caminhos dos homens, conduziu-os ao encontro da salvação e da vida definitiva. A primeira leitura – Is 60,1-6 – anuncia a Jerusalém a chegada da luz salvadora de Deus. Essa luz transfigurará o rosto da cidade, iluminará o regresso a casa dos exilados na Babilônia e atrairá à cidade de Deus povos de todo o mundo. Jerusalém – a comunidade – é apresentada como luz que se opõe às trevas, porque nela brilha a glória do Senhor. No meio das trevas, a presença divina faz raiar a esperança a esperança, que atrai os povos. No Evangelho – Mt 2,1-12 –, vemos a concretização dessa promessa: ao encontro de Jesus vêm uns “magos” do oriente, que representam todos os povos da terra… Atentos aos sinais da chegada do Messias, esses “magos” ...

Em Jesus está todo nosso bem querer!

A liturgia deste dia celebra o Batismo de Jesus. Com esta festa do Batismo de Jesus encerramos o ciclo do Natal do Senhor. Essa liturgia atinge seu ápice quando Jesus recebe o Batismo de João e, do céu, ouve-se a voz do Pai: “tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer” (Lc 3,22c). Evoca o momento em que Jesus, ungido pelo Espírito Santo e apresentado aos homens como “Filho Amado” de Deus, abraçou a missão que o Pai lhe entregou: recriar o mundo, fazer nascer um Homem Novo. E propõe-nos, a todos nós que fomos batizados em Cristo, que tiremos desse facto as consequências que se impõem. A primeira leitura – Is 42,1-4.6-7 – anuncia um misterioso “Servo”, escolhido por Deus e enviado aos homens para instaurar um mundo de justiça e de paz sem fim… Investido do Espírito de Deus, ele concretizará essa missão com humildade e simplicidade, sem recorrer ao poder, à imposição, à prepotência, pois esses esquemas não são os de Deus. É o primeiro cântico do “Servo de Deus” descrito por I...

Batismo do Senhor

Amados irmãos e irmãs, Hoje celebramos a festa do Batismo do Senhor, um marco no início de sua vida pública. No Evangelho segundo São Lucas, vemos João Batista preparando o caminho para aquele que é "mais forte" do que ele, anunciando a vinda de Jesus, que batiza com o Espírito Santo e com fogo. A narrativa de Lucas nos convida a contemplar três aspectos fundamentais do Batismo do Senhor: Jesus, o Filho de Deus, não precisava de batismo para o perdão dos pecados, mas escolheu se colocar na fila dos pecadores. Esse gesto revela sua profunda solidariedade com a humanidade. Ele desce às águas do Jordão para nos elevar à vida nova. Aqui, aprendemos que a humildade é o caminho para a comunhão com Deus e com os irmãos. No momento em que Jesus reza após o batismo, os céus se abrem, o Espírito Santo desce sobre ele em forma corpórea, como uma pomba, e a voz do Pai declara: "Tu és o meu Filho amado; em ti ponho o meu bem-querer". Esse é um dos momentos mais claros da manifes...

Homilia para a Solenidade da Epifania do Senhor – Ano C

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, Celebramos hoje a Solenidade da Epifania do Senhor, um momento em que a luz de Cristo se manifesta não apenas ao povo de Israel, mas a todas as nações. A palavra “epifania” significa “manifestação”, e neste dia contemplamos a vinda dos Magos do Oriente para adorar o Menino Jesus, reconhecendo-O como Rei, Deus e Salvador. Na primeira leitura, o profeta Isaías proclama: “Levanta-te, Jerusalém, e resplandece, pois chegou a tua luz!” (Is 60,1). Essa luz é Cristo, que veio dissipar as trevas do pecado e iluminar todos os povos. Os Magos, guiados pela estrela, representam as nações que buscam essa luz. Eles nos ensinam que, mesmo em meio às incertezas, Deus nos conduz com sinais claros para encontrarmos a verdade. Perguntemo-nos: estamos atentos aos sinais de Deus em nossa vida? Ou nos deixamos distrair pelas trevas da dúvida, do egoísmo e do desânimo? São Paulo, na segunda leitura, nos lembra que a salvação em Cristo é destinada a todos: “Os pagãos são adm...

Vamos adorar o Salvador!

  Queridos irmãos e irmãs em Cristo, Celebramos hoje a Solenidade da Epifania do Senhor, um momento em que a luz de Cristo se manifesta não apenas ao povo de Israel, mas a todas as nações. A palavra “epifania” significa “manifestação”, e neste dia contemplamos a vinda dos Magos do Oriente para adorar o Menino Jesus, reconhecendo-O como Rei, Deus e Salvador. Na primeira leitura, o profeta Isaías proclama: “Levanta-te, Jerusalém, e resplandece, pois chegou a tua luz!” (Is 60,1). Essa luz é Cristo, que veio dissipar as trevas do pecado e iluminar todos os povos. Os Magos, guiados pela estrela, representam as nações que buscam essa luz. Eles nos ensinam que, mesmo em meio às incertezas, Deus nos conduz com sinais claros para encontrarmos a verdade. Perguntemo-nos: estamos atentos aos sinais de Deus em nossa vida? Ou nos deixamos distrair pelas trevas da dúvida, do egoísmo e do desânimo? São Paulo, na segunda leitura, nos lembra que a salvação em Cristo é destinada a todo...

Maria, Mãe de Deus nos ajude a promover a paz!

Oito dias depois da celebração do Natal de Jesus, a liturgia convida-nos a olhar para Maria, a mãe de Deus (“Theotókos”), solenemente designada com este título no Concílio de Éfeso, em 431. Com o seu “sim” tornou possível a presença de Jesus nas nossas vidas e no nosso mundo. Mas este dia é também o primeiro dia do ano civil: é o início de uma caminhada que queremos percorrer de mãos dadas com esse Deus que nos ama, que nos abençoa e que conduzirá os nossos passos, com cuidado de Pai, ao longo deste Ano Novo. Também celebramos o Dia Mundial da Paz: em 1968, o Papa Paulo VI propôs aos homens de boa vontade que, no primeiro dia de cada novo ano, se rezasse pela paz no mundo. Hoje, portanto, pedimos a Deus que nos dê a paz e que faça de cada um de nós testemunha e arauto da reconciliação e da paz. As leituras que a liturgia deste dia nos propõe abraçam esta diversidade de temas e de evocações, dando ênfase ao “Filho de Maria” e ao “nome do Senhor”. A primeira leitura – Nm 6,22-27 – oferec...

O Perdão como Caminho para a Paz Verdadeira: A Importância da Ação Cristã no Dia Mundial da Paz

O Dia Mundial da Paz, celebrado pela Igreja Católica no dia 1º de janeiro, é muito mais do que um simples evento de reflexão. Ele representa uma convocação para todos os cristãos se comprometerem com a construção de um mundo mais pacífico, justo e solidário. Porém, antes de ser um momento de análise dos problemas globais, o Dia Mundial da Paz nos convida a considerar o perdão como a chave para alcançar a paz verdadeira — uma paz que vai além da ausência de conflitos, e que busca uma transformação profunda das relações humanas, das estruturas sociais e até das dinâmicas globais. Em 2025, o Papa Francisco escolherá focar sua mensagem na importância do perdão, um passo essencial para restaurar a paz, não só no plano pessoal, mas também nas realidades sociais e políticas que alimentam a violência, a injustiça e a desigualdade. O perdão, segundo o Papa Francisco, não é apenas uma ação de reconciliação pessoal, mas um processo que exige uma mudança de coração e mente. Em um mundo onde o ress...

Santa Maria, Mãe de Deus: Modelo de Fé e Amor Maternal

  A Igreja celebra no dia 1º de janeiro a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, destacando a importância de Maria na história da salvação e seu papel singular na encarnação de Jesus Cristo. Este título, proclamado oficialmente no Concílio de Éfeso em 431, reconhece que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus porque deu à luz Jesus, que é plenamente Deus e plenamente homem. O título de Mãe de Deus, em grego Theotokos (portadora de Deus), sublinha a centralidade de Maria no mistério da Encarnação. Ao aceitar o chamado divino com as palavras “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38), Maria tornou-se a ponte pela qual o Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). Essa maternidade divina não é apenas biológica, mas profundamente espiritual. Ao conceber Jesus pelo poder do Espírito Santo, Maria colaborou de maneira única no plano de salvação, sendo a primeira a acolher o Salvador no coração e no ventre. Maria é modelo para todo...