Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2024

Quem sou eu

Minha foto
Dom Anuar Batisti
Formado em filosofia no Paraná e em teologia pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, Dom Anuar Battisti é Arcebispo Emérito de Maringá (PR). Em 15 de abril de 1998, por escolha do papa João Paulo II, foi nomeado bispo diocesano de Toledo, sendo empossado no mesmo dia da ordenação episcopal, em 20 de junho daquele ano. Em 2009 recebeu o título de Doutor Honoris Causa, um dos mais importantes, concedidos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Em 2007, foi presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Sagrada, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em 2015, foi membro do Conselho Administrativo da Pastoral da Criança Internacional e, ainda na CNBB, foi delegado suplente. No Conselho Episcopal Latino-Americano atuou como Presidente do Departamento das Vocações e Ministérios, até 2019.

A conversão de São Paulo

   Caríssimos irmãos e irmãs, ao celebrarmos a conversão de São Paulo, marcada pelo encontro divino no caminho de Damasco, recordamos um evento que ilustra vividamente o poder transformador da graça de Deus. Essa conversão extraordinária ocorreu em uma data significativa, a qual a Igreja Católica celebra neste 25 de janeiro.      Em Atos 9,3-6, somos transportados para aquele momento crucial quando Saulo, mais tarde conhecido como Paulo, é envolto por uma luz celestial, caindo por terra diante da presença do Senhor. O próprio Cristo pergunta: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" Essa interpelação divina marca o início de uma jornada radical de conversão.      A segunda epístola aos Coríntios (2 Coríntios 5,17) proclama: "Assim, se alguém está em Cristo, é nova criação; as coisas antigas já passaram, eis que surgiram coisas novas." Essa passagem ecoa a transformação profunda que ocorreu no coração de Paulo, mostrando-nos que a graça de Deus pode revolucionar nossas

A Importância dos Estudos nas Escrituras Sagradas

    Queridos irmãos e irmãs em Cristo, neste terceiro domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus nos convida a refletir sobre a importância dos estudos nas Sagradas Escrituras, sobre como a Palavra do Senhor ilumina nossas vidas e nos orienta no caminho da fé. Neste período litúrgico do Tempo Comum, somos chamados a mergulhar mais profundamente na riqueza das Escrituras e a cultivar um relacionamento mais íntimo com o Senhor por meio do conhecimento de Sua Palavra.      O Evangelho de hoje, retirado do livro de Lucas (Lc 1, 1-4; 4, 14-21), destaca o papel fundamental das Escrituras na missão de Jesus. Lucas, ao escrever seu evangelho, busca apresentar um relato ordenado dos eventos ligados à vida de Jesus, para que todos possam “conhecer a solidez dos ensinamentos que receberam” (Lc 1, 4). A Palavra de Deus não é apenas uma história antiga, mas uma narrativa viva que continua a impactar nossas vidas hoje.      Jesus, ao iniciar o Seu ministério público, vai à sinagoga e lê trechos do pr

Domingo da Palavra do Senhor

       O Domingo da Palavra do Senhor é uma celebração litúrgica instituída pelo Papa Francisco em 2019, marcando um dia especial para a valorização e reflexão sobre a importância da Sagrada Escritura na vida da comunidade cristã. Esta celebração é observada anualmente, no terceiro domingo do Tempo Comum, como uma oportunidade para os fiéis mergulharem mais profundamente na Palavra de Deus.      A iniciativa do Domingo da Palavra do Senhor reflete o desejo de fortalecer a relação entre os cristãos e a Bíblia. O Papa Francisco instituiu essa celebração por meio da Carta Apostólica "Aperuit illis", publicada em 30 de setembro de 2019. O título, que significa "Abriu-lhes o entendimento", destaca o papel da Escritura em iluminar a compreensão dos discípulos de Cristo.      Os objetivos centrais desta celebração são ressaltar a importância da Palavra de Deus na vida da Igreja, incentivar a leitura e reflexão bíblicas, e integrar a Palavra na liturgia. O Domingo da Palavr

São Sebastião: Padroeiro do Rio de Janeiro e Protetor nas Adversidades

    No calendário litúrgico da Igreja Católica, o dia 20 de janeiro é marcado pela celebração em honra a São Sebastião, um dos santos mais venerados em todo o mundo. Este guerreiro cristão, martirizado no século III, tornou-se símbolo de coragem, resistência e proteção, sendo também aclamado como o padroeiro da cidade do Rio de Janeiro.      A devoção a São Sebastião remonta os tempos antigos, quando sua fé inabalável e seu comprometimento com o cristianismo o levaram a enfrentar o martírio por meio das flechas de soldados romanos. Apesar das adversidades, a sua fé e resistência inspiram milhões de fiéis ao redor do mundo, que buscam em São Sebastião não apenas um exemplo de coragem, mas também um intercessor poderoso nas horas difíceis.      No contexto atual, o Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, encontra-se diante de desafios significativos, especialmente após as tragédias provocadas pelas chuvas no início de 2024. Nesses momentos de desespero e incerteza, a figura de São Sebastião

São Sebastião: Uma Jornada de Fé e Inspiração na Tradição Católica

     São Sebastião é uma figura venerada na tradição católica, celebrada em 20 de janeiro como o dia dedicado a esse mártir cristão, no Brasil, é padroeiro das cidades do Rio de Janeiro (RJ), Ilhabela (SP), São Sebastião (SP) e Paraty (RJ). Sua história é rica em simbolismo e inspiração, deixando um legado duradouro que transcendeu os séculos.      Nascido no século III, São Sebastião viveu durante um período tumultuado do Império Romano. Ele era um soldado valente e respeitado, servindo sob o comando do imperador Diocleciano. No entanto, seu compromisso mais profundo era com sua fé cristã, uma crença que ele não escondia, mesmo em tempos de perseguição aos cristãos.      O martírio de São Sebastião é um episódio marcante em sua história. Após ser descoberto como cristão, ele foi condenado à morte por flechadas. Surpreendentemente, sobreviveu às feridas e, segundo a tradição, apareceu miraculosamente curado para confrontar o imperador. No entanto, sua coragem não impediu seu destino, e

Encontramos o Messias, o Cristo!

     A liturgia do 2.º Domingo do Tempo Comum convida-nos a descobrir que Deus conta conosco para concretizar, no mundo e na história, o seu projeto; e propõe-nos acolher, com disponibilidade e generosidade, os desafios de Deus.      A primeira leitura – 1Sm 3,3b-10.19 – traz-nos a história do chamamento do profeta Samuel. Sacerdote, profeta e juiz, Samuel é uma das mais expressivas figuras do Antigo Testamento. Ainda jovem, é vocacionado para o serviço de Deus. Depois de várias tentativas, põe-se à sua disposição: Fala, que teu servo escuta! Nem sempre a voz de Deus é identificada de imediata; o chamado pode vir de pessoas ou acontecimentos. A vocação pode ser vista como um processo: aos poucos, a pessoa vai descobrindo a vontade de Deus a respeito da sua vida. É importante estarmos atentos aos apelos que Deus continuamente nos faz. Diz-nos que o chamamento é sempre uma iniciativa de Deus: é Ele que vem ao encontro do homem, chama-o pelo nome, desafia-o a ser sinal e testemunho do pro

Homilia 2º domingo do tempo comum

      Queridos irmãos e irmãs, que a paz do Senhor esteja com todos vocês. Hoje, reunimo-nos no Segundo Domingo do Tempo Comum para contemplar a grandiosidade do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, que veio ao mundo para tirar o pecado e nos conduzir à luz da redenção.      Neste sagrado encontro, vamos revisitar a cena em que João Batista, cheio de revelação divina, aponta para Jesus com estas palavras significativas: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! Este é aquele de quem eu falei: 'Depois de mim vem um homem que é superior a mim, porque já existia antes de mim.'" (João 1, 29-30)      O gesto de João Batista não é apenas uma proclamação, mas um convite ao entendimento mais profundo. Ele reconhece a divindade de Jesus, o Cordeiro de Deus, que existia antes dele e cuja missão transcendia qualquer expectativa humana. Neste episódio, somos convocados a compreender o propósito singular de Cristo: redimir a humanidade e trazer luz aos corações obscuros.   

Tu és meu Filho amado!

    Estamos encerrando o tempo do Natal com a celebração, nesta segunda-feira, dia 08 de janeiro de 2024, da Festa do Batismo do Senhor. A liturgia do Batismo de Jesus evoca o momento em que Jesus, ungido pelo Espírito Santo e apresentado aos homens como “Filho Amado” de Deus, abraçou a missão que o Pai lhe entregou: recriar o mundo, fazer nascer um Homem Novo. E propõe-nos, a todos nós que fomos batizados em Cristo, que tiremos desse facto as consequências que se impõem.      A primeira leitura – Is 42,1-4.6-7 – anuncia um misterioso “Servo”, escolhido por Deus e enviado aos homens para instaurar um mundo de justiça e de paz sem fim… Investido do Espírito de Deus, ele concretizará essa missão com humildade e simplicidade, sem recorrer ao poder, à imposição, à prepotência, pois esses esquemas não são os de Deus.      No Evangelho – Mc 1,7-11 – , aparece-nos a concretização da promessa profética da primeira leitura: Jesus é o Filho/”Servo” enviado pelo Pai, sobre quem repousa o Espírito

"O Batismo de Jesus: Exemplo de Humildade e Compromisso Divino"

          Queridos irmãos e irmãs, neste dia 8 de janeiro celebra-se a Festa do Batismo de Jesus. Este é um momento especial em que nos lembramos do evento significativo em que Jesus se apresentou para ser batizado por João Batista no rio Jordão.      O evangelho de Mateus nos relata o momento emocionante em que Jesus se aproxima de João Batista para ser batizado. "Então Jesus veio da Galileia ao Jordão para ser batizado por João. Mas João tentou impedi-lo, dizendo: 'Eu preciso ser batizado por você, e você vem a mim?' Jesus respondeu: 'Deixe assim por enquanto; convém que assim façamos, para cumprir toda a justiça'. Então João concordou. Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento, os céus se abriram, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. E do céu veio uma voz que disse: 'Este é o meu Filho amado, em quem me agrado'." (Mateus 3, 13-17)      Esse evento marcou o início do ministério terreno de Jesus. Ele

Vamos adorar o Salvador, Deus Menino!

      A festa da Epifania – do grego epifanein, “manifestar” – que a Igreja celebra hoje, remonta aos primórdios da era cristã. Ela celebra um mistério multiforme, o de Cristo Luz. De fato, todas as celebrações do Tempo de Natal giram ao redor da manifestação luminosa de Jesus. Ele se manifesta primeiramente ao encarnar-se no seio de Maria, depois de aparecer aos pastores – Natal, Missa da Aurora –, aos reis magos – Epifania –, ao ser batizado no Rio Jordão – Batismo do Senhor e 2º. Domingo do Tempo Comum – Anos A e B – e, finalmente, em Caná da Galiléia – 2º. Domingo do Tempo Comum do Ano C – iniciando com seu primeiro milagre a manifestação de seu ministério público, que culminará na Páscoa, suma manifestação do Salvador.      Celebrando esta Vigília da Epifania, manifestação de jesus como luz para todos os povos, nos juntamos aos magos do Oriente que foram adorá-lo. Nesta assembléia reunida, Corpo de Cristo, vemos a glória do Senhor que se manifesta em todas as pessoas que o buscam.

A Mensagem da Epifania de Cristo

    Queridos irmãos e irmãs, celebramos hoje a Epifania do Senhor, uma festa que nos leva a refletir sobre a manifestação de Jesus Cristo como a Luz do mundo e Salvador da humanidade.      O Evangelho de Mateus (Mateus 2,1-12) relata a visita dos Magos do Oriente a Jesus: "Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram uns magos do oriente a Jerusalém, Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo. [...] E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra."      Os Magos, vindos de terras distantes, guiados pela estrela, buscavam o recém-nascido Rei dos judeus para adorá-Lo. Seus presentes – ouro, incenso e mirra – tinham significados simbólicos profundos: o ouro representava a realeza de Jesus, o incenso, Sua divindade, e a mirra, Sua humanidade e sacrifício.   

Maria, Mãe de Deus, nos guie, com seu Filho, no ano de 2024!

          Oito dias depois da celebração do Natal de Jesus, encerrando a Oitava de Natal, a liturgia convida-nos a olhar para Maria, a mãe de Deus (“Theotókos”), solenemente designada com este título no Concílio de Éfeso, em 431. Com o seu “sim” tornou possível a presença de Jesus nas nossas vidas e no nosso mundo.      Ao longo da história da Igreja, a solenidade de 1º. de janeiro tem enfatizado diversos aspectos do mistério da Encarnação.      Mas este dia é também o primeiro dia do ano civil do ano da graça de 2024: é o início de uma caminhada que queremos percorrer de mãos dadas com esse Deus que nos ama, que nos abençoa e que conduzirá os nossos passos, com cuidado de Pai, ao longo deste Ano Novo.      Também celebramos o Dia Mundial da Paz: em 1968, o Papa Paulo VI propôs aos homens de boa vontade que, no primeiro dia de cada novo ano, se rezasse pela paz no mundo. Hoje, portanto, pedimos a Deus que nos dê a paz e que faça de cada um de nós testemunha e arauto da reconciliação e

Inteligência Artificial e Paz: Um Chamado à Reflexão Ética à Luz da Fé Cristã

    Para o início deste novo ano, o Papa Francisco, dirigiu-se ao mundo para oferecer uma reflexão profunda sobre a relação entre inteligência artificial e paz. Em sua mensagem para a celebração do Dia Mundial da Paz, ele destacou a importância crucial da inteligência como uma dádiva do Criador, mas também alertou para os riscos éticos associados ao avanço desenfreado da tecnologia.      A mensagem do Papa Francisco está profundamente enraizada nos ensinamentos cristãos, destacando a dignidade intrínseca de cada ser humano como um reflexo da imagem de Deus. Ele ressalta como a inteligência é uma expressão dessa dignidade concedida pelo Criador, enfatizando a responsabilidade moral de empregar a tecnologia para promover o bem comum e a justiça.      Ao abordar os avanços da ciência e da tecnologia, o Papa relembra que, embora esses progressos tenham trazido inúmeras melhorias para a humanidade, também apresentam desafios éticos significativos. Ele adverte sobre os perigos associados ao