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Mostrando postagens de fevereiro, 2024

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Dom Anuar Batisti
Formado em filosofia no Paraná e em teologia pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, Dom Anuar Battisti é Arcebispo Emérito de Maringá (PR). Em 15 de abril de 1998, por escolha do papa João Paulo II, foi nomeado bispo diocesano de Toledo, sendo empossado no mesmo dia da ordenação episcopal, em 20 de junho daquele ano. Em 2009 recebeu o título de Doutor Honoris Causa, um dos mais importantes, concedidos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Em 2007, foi presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Sagrada, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em 2015, foi membro do Conselho Administrativo da Pastoral da Criança Internacional e, ainda na CNBB, foi delegado suplente. No Conselho Episcopal Latino-Americano atuou como Presidente do Departamento das Vocações e Ministérios, até 2019.

O jejum que agrada a Deus!

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, Hoje nos reunimos para refletir sobre a segunda catequese quaresmal, que nos chama a contemplar o valor espiritual do jejum em nossas vidas. O jejum é uma prática antiga, enraizada na tradição religiosa, e é especialmente significativo durante a Quaresma, um período de preparação para a celebração da Páscoa. A palavra jejum pode evocar diferentes imagens e ideias em nossas mentes. Alguns podem associá-la a abstinência de alimentos, enquanto outros podem considerá-la como um ato de privação de algo querido. No entanto, o verdadeiro significado do jejum vai além da simples abstenção física. Envolve uma renúncia voluntária, um desapego das necessidades do corpo em busca de um alimento espiritual mais profundo. Nas Escrituras Sagradas, encontramos várias passagens que nos incentivam a jejuar como um meio de nos aproximarmos de Deus e fortalecer nossa vida espiritual. O próprio Jesus nos ensinou sobre o jejum e exemplificou sua importância durante seu mini

Primeiro domingo da Quaresma

 Queridos irmãos e irmãs, hoje, conforme iniciamos nossa jornada espiritual rumo à Páscoa, somos chamados a refletir sobre o significado do primeiro domingo da Quaresma. Este é um tempo sagrado, no qual nos voltamos para Deus com todo o nosso coração, buscando renovar nossa fé e nosso compromisso com Ele. O Evangelho deste primeiro domingo da Quaresma nos relata o período em que Jesus passou no deserto, enfrentando as tentações de Satanás. É um relato poderoso que nos mostra a força e a determinação de Jesus em resistir ao mal. Em Mateus 4,1-11, somos lembrados das palavras de Jesus: "Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus’" (Mateus 4,4). Essas palavras nos lembram da importância de confiar em Deus em meio às provações e tentações da vida. Assim como Jesus, nós também enfrentamos tentações em nossas vidas. A Quaresma nos convida a refletir sobre essas tentações e a buscar força e orientação em Deus para resistir a elas. Em

Campanha da Fraternidade

     "Fraternidade e Amizade Social: Um Chamado à Conversão"      Neste início de Quaresma, somos guiados pela Campanha da Fraternidade de 2024, que nos convida a refletir sobre o tema "Fraternidade e amizade social" e o lema "Vós sois todos irmãos e irmãs" (Mt 23,8). Este é um convite divino para despertarmos para a beleza da fraternidade humana, que vai além de nossas preferências pessoais, nos chamando a um caminho de verdadeira penitência e conversão.      A palavra do Senhor nos revela, em Gênesis 1,27, que fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Somos todos filhos do mesmo Pai celestial, unidos por laços que transcendem nossos gostos, afetos e preferências. O texto-base da Campanha da Fraternidade destaca a beleza da fraternidade humana, que reflete a harmonia e diversidade presentes no coração do Criador.      Durante a Quaresma, a Igreja nos convida a um caminho penitencial. Não é apenas sobre renúncias exteriores, mas uma oportunidade para um

Tempo da Quaresma

  Queridos irmãos e irmãs em Cristo, hoje nos reunimos para iniciar o Tempo da Quaresma, um período de reflexão, penitência e preparação espiritual que nos conduzirá à celebração da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo na Páscoa. Este é um tempo especial em que somos chamados a intensificar nossas orações, o jejum e a caridade, a fim de nos aproximarmos mais de Deus e nos prepararmos para renovar nossa fé no grande mistério da ressurreição.      A Quaresma tem início com a imposição das cinzas, simbolizando nossa humildade diante de Deus e recordando-nos da nossa natureza passageira. Como nos lembra o Livro de Gênesis (3, 19): "Lembra-te de que és pó e ao pó hás de voltar." Este gesto nos convida a refletir sobre nossas vidas, nossas escolhas e a necessidade de conversão.      Ao longo desses quarenta dias, somos convidados a seguir o exemplo de Jesus no deserto, conforme narrado em Mateus 4:1-11. Lá, Ele jejuou, rezou e resistiu às tentações do maligno. Jesus nos mostr

Cinzas que Transformam: A Profunda Significação Bíblica da Quarta-feira de Cinzas

      A Quarta-feira de Cinzas marca o início da Quaresma, um período significativo no calendário litúrgico cristão. Esta celebração, carregada de simbolismo e rica em significado bíblico, é um convite para a reflexão, o arrependimento e a renovação espiritual. Ao mergulharmos nas Escrituras, podemos compreender mais profundamente a liturgia da Quarta-feira de Cinzas e como ela nos orienta em nossa jornada espiritual.      Ao recebermos as cinzas sobre nossas testas, somos recordados das palavras bíblicas encontradas em Gênesis 3,19: "Pois tu és pó e ao pó voltarás". Essa afirmação é feita por Deus a Adão e Eva após a queda, quando o pecado entrou no mundo. As cinzas simbolizam nossa mortalidade e a necessidade de humildade diante de Deus. Esse gesto não apenas nos relembra da brevidade da vida terrena, mas também nos convida a reconhecer nossa dependência do Criador. A liturgia da Quarta-feira de Cinzas muitas vezes inclui a leitura do profeta Joel (Joel 2,12-18), que convoc

Escolhidos para a Santidade

    Querida comunidade, neste 6º domingo do tempo comum, as Sagradas Escrituras nos convidam a refletir sobre a busca pela santidade em meio aos desafios da vida. Deus nos chama a ser um povo separado, escolhido para vivermos na Sua presença. A leitura do livro de Levítico (Levítico 13,1-2.44-46) introduz a legislação sobre a lepra, considerada não apenas como uma doença física, mas também como símbolo do pecado. Assim como os leprosos eram excluídos da comunidade, o pecado nos afasta de Deus e dos outros. A busca pela santidade implica em reconhecer nossas fraquezas e buscar a cura espiritual.      O Salmo Responsorial (Salmo 31(32),1-2.5.11) destaca a felicidade daquele cujos pecados foram perdoados. A confissão e o arrependimento são caminhos que nos aproximam de Deus. Assim como o salmista, devemos reconhecer nossa necessidade de perdão e experimentar a alegria da reconciliação com o Senhor.      Na segunda leitura (1 Coríntios 10,31-11,1), São Paulo nos lembra de que tudo o que fa

A Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Doente: Um Chamado à Solidariedade e Esperança

    O Dia Mundial do Doente, uma data marcada pela Igreja Católica, recebe anualmente uma mensagem do Papa Francisco. Este ano, a mensagem do Santo Padre nos convida a refletir sobre a importância da solidariedade, compaixão e esperança no cuidado aos doentes.      A mensagem do Papa destaca a necessidade premente de solidariedade em nossa sociedade, especialmente quando se trata daqueles que enfrentam enfermidades. Em Lucas 10, 25-37, Jesus nos apresenta a Parábola do Bom Samaritano, um exemplo poderoso de solidariedade. O samaritano, movido por compaixão, cuida do homem ferido à beira da estrada. Este relato ressoa na mensagem do Papa, lembrando-nos que o verdadeiro amor ao próximo se manifesta em atos concretos de cuidado e apoio.      A Bíblia oferece diversas passagens que ressaltam o compromisso com os enfermos. Em Mateus 25,36, Jesus afirma: "Estive enfermo, e fostes visitar-me." Esta exortação direta nos recorda que, ao cuidarmos dos doentes, estamos, de fato, servind

A Luz que Dissipa as Trevas

 Queridos irmãos e irmãs em Cristo, neste 5º domingo do tempo comum, somos convidados a refletir sobre a luz que dissipa as trevas, a luz que é Jesus Cristo, nosso Salvador. As leituras de hoje revelam a compaixão de Deus para conosco em meio às nossas lutas e sofrimentos, bem como a missão de cada um de nós em proclamar o Evangelho. Na primeira leitura, Jó 7, 1-4 e 6-7, Jó expressa a aflição de sua alma, questionando o sentido do sofrimento. Muitas vezes, em nossas próprias vidas, enfrentamos desafios que nos fazem questionar a razão de nossas tribulações. É nesses momentos que devemos lembrar que Deus está conosco, mesmo quando não compreendemos plenamente o propósito de nossas provações. O Salmo Responsorial, Salmo 146(147), 1-2.3-4.5-6, nos convida a encontrar alegria no Senhor, pois Ele é aquele que cura os corações quebrantados e fortalece os abatidos. Em meio às dificuldades, a alegria que vem da confiança em Deus nos sustenta. Devemos louvar e agradecer ao Senhor mesmo nas trib

Jesus ensina com autoridade e expulsa os demônios!

     A liturgia do 4.º Domingo do Tempo Comum reafirma a irreversível decisão de Deus de oferecer aos homens, em cada passo do caminho que percorrem na história, a Vida e a salvação. Os textos bíblicos que neste domingo nos são servidos mostram algumas das estratégias de que Deus se socorre para vir ao encontro dos homens e para lhes apresentar os seus desafios e propostas.      A primeira leitura – Dt 18,15-20 – propõe-nos – a partir da figura de Moisés – uma reflexão sobre a missão profética. O profeta é alguém que Deus escolhe, chama e envia para ser a sua “palavra” viva no meio dos homens. Através dos profetas, Deus apresenta-nos, em linguagem que entendemos, as suas indicações e propostas. O profeta é visto como o mediador entre o Senhor e o povo e como alguém capaz de ler o presente com um olhar iluminado pela luz divina. Por isso, ele deve falar em nome de Deus, acolhendo as palavras que dele recebe. Em nossos dias, como fazem falta autênticos profetas comprometidos com o projet

4º Domingo do Tempo Comum

    Caríssimos irmãos e irmãs, neste quarto Domingo do Tempo Comum, somos convidados a meditar sobre as Escrituras e a deixar que a Palavra de Deus ilumine nossas vidas. É uma oportunidade para renovar nosso compromisso com o Evangelho e buscar a sabedoria divina em meio aos desafios da jornada terrena.      Iniciemos com a leitura de Jeremias 1,5, onde o Senhor diz: “Antes de formar você no ventre materno, eu o escolhi; antes que você nascesse, eu o separei e o designei profeta às nações.” Essas palavras ressaltam a intenção divina por trás de nossa existência, convidando-nos a reconhecer o plano de Deus em nossas vidas.      A passagem do Evangelho de Lucas 4,21-30 nos apresenta Jesus em Nazaré, proclamando as Escrituras e revelando Sua missão redentora. Contudo, ao confrontar a resistência de alguns, Jesus nos ensina sobre a aceitação da verdade mesmo quando ela é desafiadora. Ele afirma: “Nenhum profeta é bem recebido em sua própria terra.”      A Primeira Carta de Coríntios 13,1-3