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Mostrando postagens de março, 2024

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Dom Anuar Batisti
Formado em filosofia no Paraná e em teologia pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, Dom Anuar Battisti é Arcebispo Emérito de Maringá (PR). Em 15 de abril de 1998, por escolha do papa João Paulo II, foi nomeado bispo diocesano de Toledo, sendo empossado no mesmo dia da ordenação episcopal, em 20 de junho daquele ano. Em 2009 recebeu o título de Doutor Honoris Causa, um dos mais importantes, concedidos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Em 2007, foi presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Sagrada, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em 2015, foi membro do Conselho Administrativo da Pastoral da Criança Internacional e, ainda na CNBB, foi delegado suplente. No Conselho Episcopal Latino-Americano atuou como Presidente do Departamento das Vocações e Ministérios, até 2019.

O Sermão das Dores de Nossa Senhora

Na Semana Santa, período sagrado para os cristãos em todo o mundo, um dos momentos mais comoventes e significativos desta semana é o Sermão das Dores de Nossa Senhora, que nos conduz pelo sofrimento angustiante da mãe de Jesus diante da crucificação de seu filho. O Sermão das Dores de Nossa Senhora é uma ocasião para os fiéis refletirem sobre a dor e o sofrimento que Maria suportou enquanto acompanhava seu amado filho até o Calvário. A Bíblia nos mostra o quanto essa dor foi profunda, como podemos ver no Evangelho de João, (Jo 19, 25-27): "Estavam, junto à cruz de Jesus, sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. Ora, Jesus, ao ver sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa." Neste momento tocante, Jesus confia sua mãe aos cuidados do discípulo amado, João, indicando a preocupação de Jesus com o bem-estar

Sermão do Depósito

Sermão do Depósito, a Semana Santa é um período de profundo significado para os cristãos em todo o mundo. É uma época em que recordamos e celebramos os eventos centrais da fé cristã, especialmente a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Cada dia da Semana Santa é marcado por eventos específicos que nos conduzem por meio dos últimos momentos da vida terrena de Jesus. No contexto da Semana Santa, o Sermão do Depósito ocupa um lugar de destaque. Este sermão, geralmente proferido na segunda-feira da Semana Santa, concentra-se na condenação e prisão de Jesus Cristo. É um momento de contemplação da escuridão que envolveu o mundo no momento em que Jesus foi preso, quando seus próprios discípulos o abandonaram por medo. A prisão de Jesus representa o início dos eventos que culminariam em sua crucificação. É um momento de profunda tristeza e angústia, tanto para Jesus quanto para seus seguidores. É também um lembrete do sofrimento e da injustiça que Jesus enfrentou em seu caminho para a

Hosana ao Filho de Davi!

Com o Domingo de Ramos iniciamos a celebração da Semana Santa, vendo que o Senhor entrou na Cidade Santa, Jerusalém, para realizar o mistério da sua morte e Ressurreição. A liturgia deste último Domingo do tempo quaresmal, Domingo de Ramos, convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo, a maldade e o pecado fossem vencidos. Por Jesus, Deus ofereceu-nos a possibilidade de uma Vida nova. A primeira leitura – Is 50,4-7 – o terceiro cântico do Servo é a chave de leitura do texto do Evangelho. A leitura traz-nos a palavra e o drama de um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projetos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo de Deus” a figura de Jesus. A segunda leitura – Fl 2,6-11 – traz-nos um belo hino ond

O Triunfo e a Humildade de Cristo no Domingo de Ramos

Hoje, celebramos o Domingo de Ramos, um dia de grande significado na vida da Igreja, pois recordamos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, poucos dias antes da sua paixão e redenção Ao contemplarmos esse evento, somos convidados a refletir sobre dois aspectos fundamentais da vida e do ministério de Jesus: o triunfo e a humildade. Ao entrar em Jerusalém, Jesus foi aclamado pelas multidões como o Messias, o Rei prometido. Eles estendiam seus mantos pelo caminho e agitavam ramos de palmeiras, proclamando: "Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!" (Mateus 21,9). Essa entrada triunfal de Jesus simboliza a chegada do Salvador que veio para libertar seu povo, cumprindo as profecias do Antigo Testamento. É um momento de alegria e esperança para todos nós, que reconhecemos em Jesus como nosso Senhor e Salvador. No entanto, ao mesmo tempo em que Jesus é aclamado como Rei, sua humildade fica evidente. Ele não escolhe um cavalo majestoso, sím

Caminhemos com Nossa Senhora das Dores nesta semana!

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, nesta semana que antecede a Páscoa, a profunda dor e sofrimento que nosso Senhor Jesus Cristo suportou por amor a cada um de nós fica ainda mais em evidência. Esta é a Semana das Dores, uma jornada espiritual que contempla os últimos dias da vida terrena de Jesus, desde a entrada triunfal em Jerusalém até sua crucificação e morte. É importante lembrar que Jesus não foi apenas um homem de grandes ensinamentos e milagres, mas também um homem de dores, que experimentou o sofrimento humano de forma mais profunda. Como nos recorda o profeta Isaías: “Ele foi desprezado e rejeitado pelos homens; homem de dores e que sabe o que é padecer” (Isaías 53,3). Durante esta semana, acompanhamos Jesus em sua jornada rumo ao Calvário. Recordamos sua agonia no Jardim do Getsêmani, quando suou gotas de sangue e clamou ao Pai, dizendo: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22, 42). Jesus enfrentou o medo e a

A Coleta da Campanha da Fraternidade: Um Gestato de Amor e Solidariedade

Neste ano, temos de destacar a importância da fraternidade e da amizade social através da Campanha da Fraternidade, cujo tema é “Fraternidade e Amizade social”, com o lema “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8). Este tema ressoa como um convite urgente para despertarmos para o valor e a beleza da fraternidade humana, promovendo e fortalecendo a experiência da Amizade Social. A Campanha da Fraternidade, além de ser um momento de reflexão e conscientização, é também uma oportunidade concreta de agir em prol do bem comum. Por meio da coleta realizada durante esse período, temos a oportunidade de contribuir de maneira significativa para a promoção da solidariedade e da justiça social em nossa sociedade. O objetivo geral desta campanha é nos desafiar a superar a cultura da indiferença em relação aos outros, que muitas vezes nos torna insensíveis às necessidades daqueles que estão ao nosso redor. A coleta da Campanha da Fraternidade nos convida a ser agentes de transformação, rompendo com

São José: O Humilde e Poderoso Protetor da Sagrada Família e da Igreja Católica

  No dia 19 de março, a Igreja Católica celebra São José, o humilde carpinteiro que desempenhou um papel crucial na história da salvação. São José é um exemplo inspirador de fidelidade, humildade e confiança na vontade de Deus. Sua relevância para a vida da Igreja Católica vai além de sua função como o pai adotivo de Jesus; ele é venerado como um poderoso intercessor e protetor da Igreja. Os relatos bíblicos sobre São José são limitados, mas suas ações falam volumes sobre sua grandeza espiritual. Ele é apresentado nos Evangelhos de Mateus e Lucas como um homem justo e temente a Deus, escolhido por Ele para ser o guardião e protetor da Sagrada Família. Apesar das circunstâncias desafiadoras em que se encontrava, José aceitou com humildade e confiança o plano divino para sua vida. São José desempenhou um papel essencial na vida de Jesus e Maria. Ele foi o protetor da Sagrada Família, cuidando e provendo para eles em todas as situações. Como tal, São José é visto como um modelo de paterni

5º Domingo da Quaresma

 Meus irmãos e irmãs em Cristo, à medida que nos aproximamos da Semana Santa, somos chamados a mergulhar mais profundamente na contemplação do mistério da redenção que nos é oferecido através da vida, paixão, morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. Neste 5º domingo da Quaresma, somos convidados a refletir sobre a promessa de vida nova que Deus nos oferece, mesmo nas situações mais sombrias de nossas vidas. Na primeira leitura de hoje, retirada do livro do profeta Jeremias (Jeremias 31, 31-34), Deus promete uma nova aliança com Seu povo. Ele promete escrever Sua lei em seus corações, não mais em tábuas de pedra. Esta nova aliança é uma promessa de restauração, de renovação espiritual, na qual Deus mesmo será o nosso Deus e nós seremos o Seu povo. No Salmo responsorial (Salmo 51), clamamos a Deus por misericórdia e perdão. Reconhecemos nossas falhas e nossos pecados, mas confiamos na bondade e na compaixão do Senhor. "Criai em mim um coração puro, ó Deus, e renovai-me o e

Jesus vence a morte e nos dá a vida nova!

Na liturgia do 5.º Domingo da Quaresma ecoa, com insistência, a preocupação de Deus em nos mostrar o caminho que conduz à Vida nova. Foi para isso que Deus nos enviou o seu Filho Jesus. Cumprindo a vontade do Pai, Jesus desenhou-nos e ofereceu-nos o mapa desse caminho. Neste dia, Cristo se revela como grão de trigo que morre e produz muito fruto. É pela identificação com Jesus e seu sacrifício que aceitamos a cruz em nossa vida como caminho indispensável para a verdadeira salvação e a plenitude da alegria.  Em sintonia com essa mensagem, a Campanha da Fraternidade 2024 nos inspira ser sinais de doação gratuita e acolhida. Na primeira leitura – Jr 31,31-34 –, o profeta Jeremias anuncia que Deus se dispõe fazer conosco uma “nova Aliança”. Ele vai gravar as suas propostas nos nossos corações, a fim de que os nossos sentimentos, decisões e ações traduzam a vida e os valores de Deus. Acolhendo o dom de Deus, iremos ao encontro da Vida nova e plena que Ele nos quer dar. A segunda leitura – H

Jesus mostra e ensina o amor de Deus pela humanidade!

A liturgia do 4.º Domingo da Quaresma coloca-nos diante do projeto salvador de Deus para o mundo e para os homens: é uma iniciativa de Deus que, independentemente dos nossos méritos, nos oferece a Vida eterna. Cada um de nós tem de decidir como acolhe essa oferta e que resposta lhe dá. A nossa resposta deve ser levada na alegria, marca essencial do Evangelho e deste Domingo da Quaresma, chamado o “Domingo da Alegria”. A primeira leitura – 2Cr 36,14-16.19-23 – avisa que, quando o homem prescinde de Deus e escolhe caminhos de egoísmo e de autossuficiência, está a construir um futuro de dor e de morte. Mas garante, por outro lado, que Deus nunca desiste dos seus filhos: Ele dá-lhes sempre a possibilidade de reconstruir a vida, de começar de novo. A segunda leitura – Ef 2,4-10 – diz-nos que, apesar da nossa condição de fragilidade e de pecado, Deus nos ofereceu, em Cristo, a Vida e a salvação. Não o fez em resultado dos nossos merecimentos; foi uma oferta totalmente gratuita, que resulta d

A misericórdia divina!

Caros irmãos e irmãs, o 4º domingo da Quaresma fala sobre o amor incondicional e misericordioso de Deus por nós. Em meio aos desafios e tentações deste tempo de preparação, as Escrituras nos lembram da constante presença do Senhor em nossas vidas, oferecendo-nos redenção e salvação. No Evangelho de Lucas (15,1-3 e 11-32), encontramos a conhecida parábola do filho pródigo, na qual Jesus nos revela a infinita misericórdia do Pai celestial. O filho mais novo, ao desejar sua parte da herança e deixar a casa do pai, mergulha no pecado e na dissolução. No entanto, quando ele retorna arrependido, seu pai não apenas o acolhe de braços abertos, mas também celebra sua volta com alegria. Essa parábola nos ensina que, mesmo quando nos afastamos de Deus e nos perdemos em nossos próprios caminhos, Ele nunca desiste de nós. Sua misericórdia está sempre disponível para aqueles que se voltam para Ele com um coração contrito. Assim como o pai na parábola, Deus nos espera ansiosamente, disposto a perdoar

O Papel da Mulher na Igreja: Empoderamento, Serviço e Liderança

A discussão sobre o papel da mulher na igreja tem sido um tema de grande importância e relevância nos tempos atuais. No contexto do século XX, mulheres como Santa Teresa de Calcutá e Santa Dulce dos Pobres se destacam como exemplos inspiradores de serviço e amor ao próximo, mostrando como as mulheres podem desempenhar papéis cruciais na vida da igreja e na sociedade como um todo. À medida que buscamos compreender melhor as Escrituras e aplicar seus princípios à nossa sociedade em constante mudança, é fundamental examinar o papel das mulheres na história bíblica e na vida da igreja primitiva. Não podemos deixar de mencionar Nossa Senhora, mãe de Jesus e da Igreja. Maria desempenhou um papel único e crucial na história da redenção, sendo escolhida por Deus para dar à luz o Salvador do mundo. Sua humildade, devoção e obediência são um exemplo para todos os cristãos, homens e mulheres, de como responder à vontade de Deus com fé e submissão (Lucas 1:26-38). Ao longo das Escrituras,