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Mostrando postagens de setembro, 2024

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Dom Anuar Batisti
Formado em filosofia no Paraná e em teologia pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, Dom Anuar Battisti é Arcebispo Emérito de Maringá (PR). Em 15 de abril de 1998, por escolha do papa João Paulo II, foi nomeado bispo diocesano de Toledo, sendo empossado no mesmo dia da ordenação episcopal, em 20 de junho daquele ano. Em 2009 recebeu o título de Doutor Honoris Causa, um dos mais importantes, concedidos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Em 2007, foi presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Sagrada, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em 2015, foi membro do Conselho Administrativo da Pastoral da Criança Internacional e, ainda na CNBB, foi delegado suplente. No Conselho Episcopal Latino-Americano atuou como Presidente do Departamento das Vocações e Ministérios, até 2019.

A Celebração dos Arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel: Mensageiros da Proteção e do Cuidado Divino

A Igreja celebra, no dia 29 de setembro, a festa dos Arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel, três figuras fundamentais na tradição cristã, cujos nomes e missões estão ligados ao cuidado, à proteção e à comunicação divina. Os arcanjos, seres espirituais ao serviço de Deus, desempenham papéis específicos na história da salvação, sendo exemplos de fidelidade e instrumentos do plano divino para a humanidade. São Miguel: O Defensor do Povo de Deus O nome "Miguel" significa "Quem é como Deus?". São Miguel é conhecido como o grande defensor dos filhos de Deus contra o mal. Ele aparece nas Escrituras, especialmente no Livro do Apocalipse, como o líder das hostes celestes que combatem e vencem o Dragão, símbolo do mal e de Satanás (Ap 12,7-9). São Miguel é o protetor da Igreja e dos cristãos nas batalhas espirituais diárias. A tradição sempre o invocou como protetor em momentos de perigo e nas lutas contra as forças do mal. A famosa oração a São Miguel, composta pelo Papa Leão XI...

26º Domingo do Tempo Comum – Ano B

As leituras deste 26º Domingo do Tempo Comum nos trazem uma mensagem poderosa sobre a abertura à ação de Deus, o zelo pela fé, a justiça social e a humildade diante dos dons do Espírito. Elas nos mostram que o Espírito de Deus age de maneira surpreendente e, muitas vezes, em pessoas que não pertencem ao nosso grupo ou não compartilham da mesma experiência comunitária. Através de Moisés, Tiago e Jesus, somos chamados a refletir sobre como Deus quer nos guiar, nos corrigir e nos abrir para uma vida de verdadeira comunhão com Ele e com os outros. Na primeira leitura, do Li vro dos Números, nos deparamos com Moisés e seus setenta anciãos, que receberam o Espírito de Deus para profetizarem. No entanto, dois homens, Eldad e Medad, que não estavam com o grupo dos anciãos, também receberam o Espírito e começaram a profetizar no acampamento. Diante disso, Josué, preocupado, pede que Moisés os impeça. Mas Moisés, com sabedoria e humildade, responde: "Oxalá todo o povo do Senhor fosse profet...

Tema do Dia Mundial das Comunicações 2025

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, Hoje celebramos com alegria a Festa dos Arcanjos, mensageiros de Deus, que nos revelam o quanto Ele se preocupa em estar presente em nossas vidas, comunicando Seu amor e Sua verdade. É neste contexto que somos convidados a refletir sobre a mensagem que o Papa Francisco anunciou para o 59º Dia Mundial das Comunicações, a ser celebrado em maio de 2025: “Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações" (1 Pd 3, 15-16). Esse tema, inspirado na Primeira Carta de Pedro, ecoa o chamado à missão que todos nós, batizados, recebemos: comunicar a esperança que encontramos em Cristo com mansidão e respeito. A comunicação não se limita a palavras, mas também às atitudes que refletem nossa fé. É um convite a partilhar, não apenas o que sabemos, mas a profundidade daquilo que vivemos em nosso relacionamento com Deus. São Pedro, ao escrever aos cristãos que enfrentavam perseguições e provações, os exorta a manterem viva a esperança em seus coraçõ...

A sabedoria de Deus: servir e se doar!

A liturgia do 25.º Domingo do Tempo Comum convida-nos a escolher entre a “sabedoria do mundo” e a “sabedoria de Deus”. A “sabedoria do mundo” talvez nos torne importantes, humanamente falando; mas apenas nos proporciona uma felicidade efémera. A “sabedoria de Deus”, por outro lado, não nos assegura glórias e triunfos humanos; mas leva-nos ao encontro de algo infinitamente mais valioso: a Vida verdadeira e eterna. No Evangelho – Mc 9,30-37 – Jesus, imbuído da lógica de Deus, apresenta aos discípulos o caminho que se dispõe a percorrer: é o caminho do dom da vida, do amor até ao extremo, da entrega na Cruz. Jesus está plenamente convencido de que esse caminho é o caminho que conduz à Vida plena. Mas os discípulos, impregnados da lógica do mundo, têm dificuldade em comprometerem-se com essa opção: preferem as honras, os privilégios, o poder. Jesus, no entanto, não está disposto a baixar a fasquia; e avisa-os de que quem não estiver disponível para abraçar a “loucura da cruz”, não terá lug...

25º Domingo do Tempo Comum

Neste 25º Domingo do Tempo Comum, as leituras nos convidam a uma profunda reflexão sobre a humildade e o serviço, valores centrais da vida cristã e que nos conectam ao coração da missão de Jesus. Na primeira leitura, do Livro da Sabedoria (Sb 2,12.17-20), vemos a oposição entre os justos e os ímpios. O texto nos revela a inveja dos ímpios em relação ao justo que confia em Deus. Este tema da perseguição não é algo distante; ele ecoa nas realidades de nossas vidas. Muitas vezes, ao decidirmos viver de acordo com a vontade de Deus, enfrentamos incompreensões, críticas e até mesmo hostilidade. O versículo “Vamos pôr à prova o justo” (Sb 2,12) ressoa como um alerta sobre como a sociedade pode rechaçar aqueles que escolhem o caminho da fé e da justiça. O justo, mesmo enfrentando sofrimentos e provações, mantém sua fidelidade, com a certeza de que Deus recompensa aqueles que O seguem. Seguindo para o Evangelho de Marcos (Mc 9,30-37), encontramos Jesus que, após anunciar a sua Paixão e Morte, ...

Quem é Jesus para você?

 Estamos caminhando neste mês da Bíblia, enquanto Igreja que peregrina no Brasil, no conhecimento da Palavra de Deus para descobrir, com gestos concretos, quem é Jesus para cada um de nós. Por que caminhos temos de andar para que a nossa vida seja plenamente realizada? A liturgia do 24.º Domingo do Tempo Comum responde: a realização plena do homem passa pela obediência aos projetos de Deus e pelo dom total da vida aos irmãos. Quem quiser salvar a sua tranquilidade, o seu bem-estar, os seus interesses, os seus bens materiais, destruirá a sua vida para sempre; quem aceitar servir de forma simples e humilde, cuidar dos mais frágeis e necessitados, lutar por um mundo mais justo e humano, alcançará a plenitude da existência, pois a sua vida alimenta-se de amor. A liturgia deste domingo nos transmite a fé no Messias sofredor, Servo que padece, Justo que entrega sua vida. A primeira leitura – Is 50,5-9a – é um recorte do terceiro cântico do Servo, que nos traz a palavra e o drama de um pr...

24º Domingo do Tempo Comum

 Neste 24º Domingo do Tempo Comum, as leituras nos convidam a refletir sobre o que significa seguir a Cristo de verdade, não apenas com palavras, mas com a nossa vida e ações. O Evangelho de São Marcos nos apresenta um dos momentos mais importantes da caminhada de Jesus com seus discípulos: a confissão de Pedro e o primeiro anúncio da Paixão. Jesus faz uma pergunta fundamental aos seus discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” (Mc 8,27). Eles respondem que o povo tem diferentes opiniões: alguns dizem que Ele é João Batista, outros, Elias ou algum dos profetas. Então, Jesus vai mais fundo e faz uma pergunta pessoal: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Aqui, Pedro, em nome de todos, proclama: “Tu és o Cristo” (Mc 8,29). Essa confissão é grandiosa, é a verdade central da nossa fé. Jesus é o Messias, o Filho de Deus, o enviado para nos salvar. No entanto, logo após essa confissão, Jesus começa a ensinar algo que chocaria seus discípulos: Ele fala sobre a sua paixão, morte e ressurre...

Homilia sobre a Exaltação da Santa Cruz - Ano B

  Queridos irmãos e irmãs,   Hoje, celebramos a festa da Exaltação da Santa Cruz, e somos chamados a contemplar a cruz de Cristo não apenas como um instrumento de sofrimento e morte, mas como o sinal máximo de amor, redenção e vitória.   Na primeira leitura do livro dos Números (Nm 21, 4b-9), o povo de Israel, após murmurar contra Deus e contra Moisés no deserto, é atacado por serpentes venenosas. O povo, reconhecendo seu pecado, pede a intercessão de Moisés, e Deus manda que ele faça uma serpente de bronze e a levante. "Todo aquele que for mordido e olhar para ela, viverá" (Nm 21, 9). Esse gesto, aparentemente simples, nos prepara para entender o mistério da cruz. A serpente de bronze, erguida no deserto, prefigura a cruz de Cristo, onde, ao olharmos para Ele, encontramos a cura e a salvação para nossas almas. A cruz, portanto, não é apenas um símbolo de sofrimento, mas o lugar onde o amor de Deus se manifesta de forma plena e eficaz. Como Jesus nos revela no ...

Homilia 23º Domingo do Tempo Comum

Queridos irmãos e irmãs, neste 23º Domingo do Tempo Comum, Ano B, as leituras nos falam do poder restaurador de Deus e da necessidade de vivermos com uma fé que age com justiça e caridade. A primeira leitura de Isaías 35,4-7a traz uma mensagem de esperança ao povo de Deus, que passava por tempos difíceis. O profeta Isaías anuncia: "Dizei aos corações perturbados: Tomai ânimo, não temais! Eis o vosso Deus, a vingança vem, é a recompensa de Deus; ele vem para vos salvar." (Is 35,4). Esta passagem reflete o consolo de Deus ao seu povo, assegurando que Ele virá para salvá-los. Quando nos sentimos aflitos, abandonados ou temerosos, devemos lembrar que Deus é a nossa força e salvação. Ele promete que abrirá os olhos dos cegos, os ouvidos dos surdos, e até os coxos saltarão como cervos. Esta profecia aponta para a vinda de Jesus, o Salvador, que cumprirá essa promessa, restaurando a humanidade e curando nossos males. No Evangelho, Marcos 7,31-37, encontramos Jesus curando um homem s...

Dia da Pátria: Fé, História e Devoção Nacional

O Dia da Pátria, comemorado em 7 de setembro, é uma oportunidade para refletirmos sobre a construção da nação brasileira e a relação profunda entre a fé cristã e a formação do Brasil. Desde a primeira missa, mas sobretudo a partir da chegada dos jesuítas em 1549, a Igreja Católica desempenhou um papel central na educação, na catequese e na construção da identidade cultural e espiritual do povo brasileiro. Os jesuítas, liderados por São José de Anchieta, foram os primeiros a evangelizar e educar os povos indígenas, estabelecendo escolas e missões que se tornaram pilares na construção do Brasil. A fé cristã foi um elemento unificador em meio à diversidade cultural, ajudando a formar uma identidade nacional enraizada nos valores do Evangelho. Ao longo dos séculos, a Igreja continuou a desempenhar um papel fundamental na vida pública do Brasil, promovendo justiça social, educação, saúde, cuidado dos idosos e desvalidos e a defesa da dignidade humana. A fé cristã foi e continua sendo uma fo...