Amados irmãos e irmãs,
Hoje celebramos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, um momento litúrgico que nos convida a refletir sobre a realeza de Cristo, um reinado que não se fundamenta em poder humano, mas na justiça, no amor e no serviço.
Na primeira leitura, o profeta Ezequiel nos apresenta Deus como um pastor que cuida de Suas ovelhas. Ele busca as perdidas, cura as feridas e reconduz as desgarradas. Este cuidado do Senhor revela a essência do reinado de Cristo: um pastor-rei que se preocupa com cada um de nós, não com uma autoridade distante, mas com proximidade, compaixão e ternura.
O apóstolo Paulo, na segunda leitura, amplia nossa visão ao mostrar que Jesus, como Rei, é também o vencedor da morte. Ele entregará o Reino ao Pai quando tudo estiver submetido a Ele, inclusive o último inimigo, a morte. Essa perspectiva nos lembra que o Reino de Cristo não é deste mundo, mas é eterno e transcendente, um Reino de vida plena e comunhão com Deus.
No Evangelho de Mateus, encontramos a cena do julgamento final, onde Jesus se apresenta como Rei e Juiz. Aqui, Ele nos ensina o critério do Reino: o amor traduzido em ações concretas. “Tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber…” (Mt 25,35-36). Este é o reinado de Cristo: um governo baseado no cuidado com os mais pequenos, nos gestos de solidariedade e na busca pela justiça.
Diante disso, irmãos e irmãs, somos chamados a viver o Reino de Cristo no aqui e agora. Celebrar Jesus como Rei do Universo é reconhecer que Ele nos convida a ser seus cooperadores na construção de um mundo mais humano e fraterno. O que isso significa na prática?
1. Viver a caridade como essência do Reino: Se o critério do julgamento é o amor ao próximo, nossa vida deve ser marcada por um coração aberto às necessidades dos outros. Quem reconhece Cristo como Rei não se acomoda diante da fome, da injustiça ou do sofrimento.
2. Servir com humildade: Cristo, nosso Rei, lavou os pés dos discípulos e entregou sua vida por nós. Assim, somos chamados a uma liderança servidora, na família, na comunidade e na sociedade, sendo instrumentos da paz e do bem.
3. Testemunhar a esperança do Reino eterno: Mesmo em meio às dificuldades deste mundo, sabemos que o Reino de Cristo é de vitória. Não deixemos que as tribulações nos roubem a fé e a confiança na promessa de Deus.
Neste dia em que proclamamos Cristo como Rei do Universo, renovemos nosso compromisso de segui-Lo. Que Ele reine em nossos corações, em nossas famílias e em nossa sociedade. E que, ao final de nossa vida, possamos ouvir de seus lábios: “Vinde, benditos de meu Pai, recebei em herança o Reino preparado para vós desde a criação do mundo” (Mt 25,34).
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo!
Amém.
+Anuar Battisti Arcebispo Emérito de Maringá (PR)
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