Desde 1992, a Igreja celebra, no dia 11 de fevereiro, o Dia Mundial dos Enfermos, instituído pelo Papa São João Paulo II. Esta data, que coincide com a memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, tem como propósito sensibilizar a sociedade e a comunidade cristã para a realidade do sofrimento, promovendo a solidariedade com aqueles que enfrentam enfermidades e valorizando o papel dos profissionais de saúde e cuidadores.
A vida humana é um dom precioso de Deus, mas também está sujeita à fragilidade. O sofrimento, presente em diversas formas, desafia nossa fé e nos convida a buscar sentido em Deus. Jesus Cristo, durante Seu ministério terreno, demonstrou profundo amor pelos enfermos, curando-os e oferecendo-lhes consolo. No Evangelho de Mateus, Ele declara: "Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mt 11,28). Essa promessa divina nos assegura que nunca estamos sozinhos em nossa dor.
O Papa Francisco, em suas mensagens para essa ocasião, ressalta a importância de cuidar dos enfermos com ternura e humanidade. Ele nos recorda que, no rosto dos que sofrem, está presente Cristo, e que nossa missão é ser instrumentos da misericórdia divina.
Dentro da Igreja, a Pastoral da Saúde tem um papel fundamental no acolhimento e na assistência espiritual dos enfermos. A visita aos doentes, o conforto da oração e a administração dos sacramentos, especialmente a Unção dos Enfermos, são formas concretas de vivenciar a compaixão cristã. O Catecismo da Igreja nos ensina que "a Unção dos Enfermos confere uma graça especial ao cristão que enfrenta as dificuldades inerentes a um estado de doença grave ou velhice" (CIC 1527). Esse sacramento fortalece a alma e, quando é da vontade de Deus, contribui também para a recuperação do corpo.
Neste dia, somos chamados a refletir sobre nosso compromisso com os enfermos. Como podemos ser sinais do amor de Deus para eles? A resposta está nas atitudes de escuta, presença e dedicação. Pequenos gestos de carinho e atenção podem aliviar a dor e trazer esperança. A primeira carta de São João nos ensina: "Não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e de verdade" (1Jo 3,18).
Além disso, devemos valorizar e rezar pelos profissionais da saúde, que exercem um ministério essencial no cuidado dos enfermos. Seu trabalho, muitas vezes exaustivo, é um testemunho de amor ao próximo e uma expressão concreta da missão de Cristo, que veio para curar e salvar.
O Dia Mundial dos Enfermos é uma oportunidade para renovar nosso compromisso de amor e solidariedade com aqueles que sofrem. Que possamos ser reflexos da presença de Deus na vida dos enfermos, levando-lhes conforto, esperança e paz. Que Nossa Senhora de Lourdes, mãe de misericórdia, interceda por todos os doentes e por aqueles que os assistem, para que encontrem força, coragem e consolação na presença amorosa de Deus.
Amém.
+Anuar Battisti Arcebispo Emérito de Maringá (PR)
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