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Dom Anuar Batisti
Formado em filosofia no Paraná e em teologia pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, Dom Anuar Battisti é Arcebispo Emérito de Maringá (PR). Em 15 de abril de 1998, por escolha do papa João Paulo II, foi nomeado bispo diocesano de Toledo, sendo empossado no mesmo dia da ordenação episcopal, em 20 de junho daquele ano. Em 2009 recebeu o título de Doutor Honoris Causa, um dos mais importantes, concedidos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Em 2007, foi presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Sagrada, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em 2015, foi membro do Conselho Administrativo da Pastoral da Criança Internacional e, ainda na CNBB, foi delegado suplente. No Conselho Episcopal Latino-Americano atuou como Presidente do Departamento das Vocações e Ministérios, até 2019.

O Dia Mundial dos Enfermos: Um Chamado à Compaixão e Esperança


Desde 1992, a Igreja celebra, no dia 11 de fevereiro, o Dia Mundial dos Enfermos, instituído pelo Papa São João Paulo II. Esta data, que coincide com a memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, tem como propósito sensibilizar a sociedade e a comunidade cristã para a realidade do sofrimento, promovendo a solidariedade com aqueles que enfrentam enfermidades e valorizando o papel dos profissionais de saúde e cuidadores.

A vida humana é um dom precioso de Deus, mas também está sujeita à fragilidade. O sofrimento, presente em diversas formas, desafia nossa fé e nos convida a buscar sentido em Deus. Jesus Cristo, durante Seu ministério terreno, demonstrou profundo amor pelos enfermos, curando-os e oferecendo-lhes consolo. No Evangelho de Mateus, Ele declara: "Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mt 11,28). Essa promessa divina nos assegura que nunca estamos sozinhos em nossa dor.

O Papa Francisco, em suas mensagens para essa ocasião, ressalta a importância de cuidar dos enfermos com ternura e humanidade. Ele nos recorda que, no rosto dos que sofrem, está presente Cristo, e que nossa missão é ser instrumentos da misericórdia divina.

Dentro da Igreja, a Pastoral da Saúde tem um papel fundamental no acolhimento e na assistência espiritual dos enfermos. A visita aos doentes, o conforto da oração e a administração dos sacramentos, especialmente a Unção dos Enfermos, são formas concretas de vivenciar a compaixão cristã. O Catecismo da Igreja nos ensina que "a Unção dos Enfermos confere uma graça especial ao cristão que enfrenta as dificuldades inerentes a um estado de doença grave ou velhice" (CIC 1527). Esse sacramento fortalece a alma e, quando é da vontade de Deus, contribui também para a recuperação do corpo.

Neste dia, somos chamados a refletir sobre nosso compromisso com os enfermos. Como podemos ser sinais do amor de Deus para eles? A resposta está nas atitudes de escuta, presença e dedicação. Pequenos gestos de carinho e atenção podem aliviar a dor e trazer esperança. A primeira carta de São João nos ensina: "Não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e de verdade" (1Jo 3,18).

Além disso, devemos valorizar e rezar pelos profissionais da saúde, que exercem um ministério essencial no cuidado dos enfermos. Seu trabalho, muitas vezes exaustivo, é um testemunho de amor ao próximo e uma expressão concreta da missão de Cristo, que veio para curar e salvar.

O Dia Mundial dos Enfermos é uma oportunidade para renovar nosso compromisso de amor e solidariedade com aqueles que sofrem. Que possamos ser reflexos da presença de Deus na vida dos enfermos, levando-lhes conforto, esperança e paz. Que Nossa Senhora de Lourdes, mãe de misericórdia, interceda por todos os doentes e por aqueles que os assistem, para que encontrem força, coragem e consolação na presença amorosa de Deus.

Amém.

+Anuar Battisti Arcebispo Emérito de Maringá (PR)

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