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Mostrando postagens de junho, 2025

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Dom Anuar Batisti
Formado em filosofia no Paraná e em teologia pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, Dom Anuar Battisti é Arcebispo Emérito de Maringá (PR). Em 15 de abril de 1998, por escolha do papa João Paulo II, foi nomeado bispo diocesano de Toledo, sendo empossado no mesmo dia da ordenação episcopal, em 20 de junho daquele ano. Em 2009 recebeu o título de Doutor Honoris Causa, um dos mais importantes, concedidos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Em 2007, foi presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Sagrada, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em 2015, foi membro do Conselho Administrativo da Pastoral da Criança Internacional e, ainda na CNBB, foi delegado suplente. No Conselho Episcopal Latino-Americano atuou como Presidente do Departamento das Vocações e Ministérios, até 2019.

Julho: tempo de descanso, comunhão e crescimento na fé

 O mês de julho, tradicionalmente associado ao período de férias escolares, pode e deve ser também uma oportunidade preciosa para o cultivo da vida cristã, sobretudo entre crianças, adolescentes e jovens. Enquanto muitos aproveitam o recesso para viajar, descansar ou se divertir, a Igreja convida os fiéis a reconhecerem neste tempo um dom de Deus: um tempo mais livre para estar com a família, aprofundar os laços comunitários e crescer na amizade com Cristo. Do ponto de vista litúrgico, julho é um mês sem grandes solenidades no calendário geral da Igreja, mas isso não significa que seja espiritualmente vazio. Pelo contrário. Em julho celebramos a memória de importantes santos e santas, como Santa Isabel de Portugal (4/7), São Bento (11/7) — patrono da Europa e pai do monaquismo ocidental —, Nossa Senhora do Carmo (16/7), Santa Maria Madalena (22/7) e São Tiago Maior (25/7), além dos Santos Joaquim e Ana (26/7), pais da Virgem Maria e avós de Jesus, celebrados como padr...

Homilia – Solenidade de São Pedro e São Paulo

  Amados irmãos e irmãs em Cristo, Celebramos hoje, com profunda alegria e reverência, a solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, colunas da nossa fé, testemunhas do Evangelho até o martírio, pais espirituais da Igreja de Cristo. Ambos, tão distintos em suas origens e temperamentos, foram unidos pelo mesmo Espírito e pela mesma missão: anunciar Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo, ao mundo inteiro. Pedro, o pescador da Galileia, impetuoso, generoso, escolhido por Cristo para ser a pedra sobre a qual edificaria sua Igreja. Paulo, o fariseu de Tarso, erudito, ex-perseguidor da Igreja, tornado apóstolo por um encontro pessoal com o Ressuscitado no caminho de Damasco. A Liturgia da Palavra deste dia nos ajuda a compreender a grandeza do testemunho desses dois homens. A primeira leitura – At 12,1-11 – nos mostra Pedro libertado milagrosamente da prisão. Deus intervém quando tudo parecia perdido, mostrando que a missão que confiou a Pedro não pode ser detida pelas corr...

São Pedro e São Paulo: colunas da Igreja!

A Igreja celebra, no dia 29 de junho, a Solenidade dos apóstolos São Pedro e São Paulo. Eles chegaram a Jesus por caminhos diferentes. Pedro, o pescador, ouviu o chamamento de Jesus nas margens do Mar da Galileia; Paulo, o rabi judeu, encontrou-se com Jesus no caminho de Damasco. Ambos apostaram tudo em Jesus e seguiram-no até ao martírio (os dois foram mortos em Roma, durante a perseguição ordenada pelo imperador Nero). São Pedro e São Paulo, cada um à sua maneira, são duas grandes referências para os cristãos de todas as épocas. As leituras deste dia desafiam-nos a seguir o seu exemplo de fidelidade a Jesus e ao Evangelho. O Evangelho – Mt 16,13-19 – convida os discípulos a aderirem a Jesus e a verem-no como “o Messias, o Filho de Deus vivo”. Jesus interroga seus discípulos para ver o alcance da compreensão que têm dele. Pedro responde que ele é o Filho do Deus vivo. Sobre a fé proclamada por Pedro, Jesus edifica sua comunidade, a Igreja. Os apóstolos têm a missão de ma...

Homilia – Solenidade do Sagrado Coração de Jesus – Ano C

Irmãos e irmãs em Cristo, Celebramos hoje a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, festa central que nos convida a contemplar o amor infinito de Deus revelado no Coração de seu Filho. Esse Coração, símbolo de toda a entrega, é ao mesmo tempo ferido pelo pecado da humanidade e aberto como fonte de salvação para todos nós. No Ano C da nossa liturgia, o Evangelho nos oferece a parábola da ovelha perdida (Lc 15,3-7), que expressa de forma belíssima esse amor que não desiste de ninguém, que sai ao encontro dos afastados e que se alegra mais com o resgate de um só pecador do que com os que já se consideram salvos. Jesus conta que, se um pastor perde uma ovelha, ele deixa as outras noventa e nove e vai em busca daquela que se perdeu. Isso pode parecer insensato aos olhos do mundo, mas revela a lógica do amor divino: um amor que não mede, não calcula, não compara, mas valoriza cada filho como único. E quando a ovelha é encontrada, o pastor a carrega nos ombros, com ternura, e co...

Festas Juninas: Tradição, Fé e Alegria Cristã

  As festas juninas ocupam um lugar especial na tradição religiosa e cultural do povo brasileiro. Celebradas ao longo do mês de junho, elas têm sua origem profundamente enraizada no calendário litúrgico cristão, associando-se às memórias de grandes santos da Igreja: Santo Antônio (13 de junho), São João Batista (24 de junho), e São Pedro e São Paulo (29 de junho). Embora com o tempo tenham adquirido também características folclóricas e regionais, essas festas são, em sua essência, manifestações de fé, de gratidão e de alegria diante da vida, da colheita e da presença de Deus no cotidiano. Santo Antônio, nascido em Lisboa e falecido em Pádua, é celebrado por seu amor pelos pobres, sua pregação inspirada e sua sabedoria teológica. É tradicionalmente conhecido como o “santo casamenteiro”, o que reflete sua sensibilidade para com as dores e esperanças humanas, especialmente no que diz respeito aos relacionamentos. Já São João Batista, cujo nascimento celebramos em 24 de j...

A paz começa em nós: o compromisso cristão diante da violência no mundo e no Brasil

  “Procura a paz e segue-a.” (Salmo 34,15) O mundo vive hoje tempos de grande turbulência. O recente agravamento do conflito entre Israel e Irã tem causado inquietação global. As ameaças mútuas, o uso de armamentos letais e a instabilidade política na região já ceifaram vidas inocentes e colocam milhões de pessoas em risco. Diante disso, não basta assistir de longe ou comentar com indiferença. A fé cristã nos exige uma resposta que nasça da compaixão e se manifeste na ação. As Sagradas Escrituras estão repletas de convocações à paz. O Salmo 34 nos exorta: “Afasta-te do mal e faze o bem; procura a paz e segue-a”. Essa não é uma proposta passiva. Exige movimento, escolha, perseverança. E, em um mundo cada vez mais polarizado, onde a tentação do ódio é alimentada por discursos ideológicos e por interesses políticos, seguir a paz é, hoje, um ato de fidelidade ao Evangelho. No Oriente Médio, os conflitos parecem eternos, mas Deus não abandona seus filhos. Embora haja intere...

Revestir nos de Jesus!

  A liturgia do décimo segundo domingo comum convida-nos a mergulhar um pouco mais no mistério de Jesus. O objetivo não é ampliarmos conhecimentos sobre uma figura histórica ou cunharmos fórmulas abstratas de fé; mas é “acreditarmos” em Jesus, tornarmo-nos discípulos, caminharmos atrás d’Ele no caminho que leva à vida verdadeira. Nós somos chamados a confessar Jesus como Cristo de Deus, fonte de amor e de vida, recordando-nos que todos os que fomos batizados em Cristo, dele nos revestimos. No Evangelho – Lc 9,18-24 – Jesus confronta os discípulos com uma questão decisiva: “quem dizeis que Eu sou, que lugar ocupo eu no vosso projeto de vida?” Depois, convida-os a ir com Ele até Jerusalém, até à cruz, até ao dom total da vida por amor. Jesus garante aos discípulos que uma vida vivida em chave de amor, de serviço, de entrega, de dom, não é uma vida desperdiçada; mas é uma vida plenamente realizada. A mesma pergunta de Jesus para os seus discípulos é dirigida a cada um de...

Homilia – 12º Domingo do Tempo Comum – Ano C Evangelho: Lc 9,18-24

“E vós, quem dizeis que eu sou?” (Lc 9,20) Irmãos e irmãs, Neste 12º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho – Lc 9,18-24 – nos apresenta um momento decisivo do ministério de Jesus. Após um tempo de pregações, curas e sinais, o Senhor se retira com seus discípulos para rezar — e, na intimidade da oração, provoca uma virada na compreensão da fé: “Quem o povo diz que eu sou?” E depois, mais profundamente: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Essa pergunta ressoa até hoje no coração de cada cristão. Não é suficiente saber o que os outros dizem sobre Jesus — o que os livros ensinam, o que as redes comentam, o que a sociedade afirma. Jesus quer saber o que eu e você dizemos d’Ele a partir de nossa vida pessoal, de nossa experiência concreta com sua presença. Pedro, iluminado pela graça, responde com fé: “Tu és o Cristo de Deus.” Essa confissão é o coração da nossa vida cristã. Reconhecer que Jesus é o Messias, o Enviado, o Salvador — não apenas com os lábios, mas com a vida — é o iníci...

Homilia – Solenidade de Corpus Christi

  Amados irmãos e irmãs, Hoje celebramos a Solenidade de Corpus Christi, o mistério sublime da presença real de Jesus Cristo na Eucaristia. E no Ano C da liturgia, a Palavra de Deus nos convida a compreender este mistério a partir de três dimensões: sacrifício, alimento e partilha. Na primeira leitura – Gn 14,18-20 –, o misterioso rei-sacerdote Melquisedec oferece pão e vinho a Abraão. Esse gesto, tão breve e simbólico, ecoa fortemente no Novo Testamento. Melquisedec aparece como figura de Cristo, o verdadeiro Sacerdote Eterno, que na Última Ceia oferece o seu corpo e o seu sangue sob as espécies do pão e do vinho. O salmo reafirma: “Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem de Melquisedec” (Sl 109,4). Desde os primórdios, Deus já preparava, na história do povo, os sinais do que seria o dom da Eucaristia. A segunda leitura – 1Cor 11,23-26 –, da Primeira Carta aos Coríntios, nos remete ao momento mais sagrado da fé cristã: “Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei i...

Jesus está realmente presente na Eucaristia!

  A Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, que hoje celebramos, nos convida a fazer memória da Aliança que Cristo fez conosco, seu Povo santo, ao nos entregar seu Corpo e seu Sangue sob os sinais do Pão e do Vinho na Eucaristia. Hoje celebramos a festa da Eucaristia, na qual proclamamos a presença real do Senhor vivo e ressuscitado: “faz-se carne o pão de trigo, faz-se sangue o vinho amigo”. A primeira leitura – Gn 14,18-20 – fala de Melquisedeque, Rei de Salém e sacerdote do Altíssimo, que oferece pão e vinho e abençoa Abrão. Pão e vinho são dons dos mais preciosos para o ser humano: são seu sustento. O Rei Melquisedec é apresentado como a prefiguração do Messias, entregando ao patriarca Abraão suas ofertas de pão e vinho. A segunda leitura – 1Cor 11,23-26 – São Paulo nos deixa o mais antigo documento sobre a última ceia. O corpo designa a própria pessoa, e o sangue é resultado da vida tirada com violência. Na Eucaristia, é o próprio Cristo que se oferece como vítima. Toda vez qu...

Homilia – Solenidade da Santíssima Trindade – Ano C

“Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso vos disse: o Espírito receberá do que é meu e vo-lo anunciará.”  (Jo 16,15) Queridos irmãos e irmãs em Cristo, Hoje celebramos um dos mistérios mais sublimes e centrais da nossa fé: a Santíssima Trindade. Não celebramos apenas uma ideia teológica ou uma doutrina abstrata, mas a realidade viva de um Deus que é comunhão, unidade e amor: Pai, Filho e Espírito Santo. É verdade que o mistério da Trindade ultrapassa a nossa compreensão. Como pode um só Deus ser três Pessoas? Esse mistério não foi inventado pelos teólogos, mas revelado pelo próprio Jesus Cristo, sobretudo no Evangelho de hoje, onde Ele nos fala do Pai, do Filho e do Espírito Santo em perfeita comunhão. Na leitura do livro dos Provérbios, ouvimos a belíssima meditação sobre a Sabedoria divina, como presença junto de Deus desde o princípio, “brincando na superfície da terra e achando suas delícias junto aos filhos dos homens” (Pr 8,31). Essa imagem antecipa a ação do Verb...

Deus uno e trino: o espírito da Verdade!

A Solenidade que hoje celebrámos não é um convite a decifrar a mistério que se esconde por detrás de “um Deus em três pessoas”; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor. A Solenidade da Santíssima Trindade lembra que somos o Corpo de Cristo e vivemos em comunhão, seguindo o exemplo da Trindade Santa: Pai, Filho e Espírito Santo, unidos pelo vínculo do amor e da unidade fraterna. A Santíssima Trindade é o Mistério fonte de nossa fé, é o Mistério do próprio Deus. O Pai Criador de todas as coisas, ao enviar para o mundo a Palavra da Verdade e o Espírito Santificador, manifestou-se a si mesmo: um só Deus e um só Senhor, revelado em três Pessoas, que merecem igual adoração, pois possuem a mesma natureza e majestade. A primeira leitura – Pr 8,22-31 – sugere-nos a contemplação do Deus criador. A sua bondade e o seu amor estão inscritos e manifestam-se aos homens na beleza e na harmonia ...

Pentecostes: o Espírito Santo e o nascimento da Igreja

 O Domingo de Pentecostes encerra o Tempo Pascal com um dos momentos mais marcantes da história da salvação: a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos e Maria no Cenáculo. Esse acontecimento, narrado em Atos 2, é muito mais que um episódio isolado — é o ponto de partida da missão da Igreja no mundo. Antes de subir ao céu, Jesus prometeu que enviaria o Espírito Santo, o Defensor, que haveria de conduzir seus discípulos à verdade plena (cf. Jo 14,16-17). No dia de Pentecostes — palavra que significa “quinquagésimo”, pois ocorre cinquenta dias após a Páscoa — essa promessa se cumpre: o Espírito é derramado como fogo e vento, símbolo de força, renovação e purificação. Os discípulos, antes medrosos e fechados, são transformados em anunciadores corajosos do Evangelho. Pedro, que negara Jesus, agora o proclama com ousadia diante de uma multidão. Um novo tempo se inaugura: o tempo da Igreja conduzida pelo Espírito. Com o Espírito Santo, nasce a Igreja missionária. O dom da...

A Vigília de Pentecostes: Esperando o Espírito com Maria e a Igreja

  A celebração da Vigília de Pentecostes ocupa um lugar especial na vida litúrgica da Igreja. Inspirada na Vigília Pascal, ela nos convida a entrar em oração, em clima de expectativa e recolhimento, como os apóstolos e Maria no Cenáculo, à espera do cumprimento da promessa do Ressuscitado: o envio do Espírito Santo. Pentecostes, celebrado cinquenta dias após a Páscoa, marca o nascimento da Igreja. Ao contrário de uma espera passiva, a Vigília é momento de oração fervorosa, abertura do coração e renovação espiritual. Os discípulos, antes tímidos e fechados por medo, saem cheios de coragem e alegria após o derramamento do Espírito. A mesma graça é oferecida a nós, hoje. A liturgia da Vigília de Pentecostes é estruturada com várias leituras do Antigo Testamento, semelhantes ao que acontece na Vigília Pascal. Elas narram a ação de Deus na história da salvação e preparam o coração para o Evangelho, onde Cristo promete o Paráclito. O Espírito é apresentado como vento impetu...

Vinde Espírito Santo!

A Solenidade de Pentecostes a liturgia convida-nos a olhar para o Espírito Santo e a tomar consciência da sua ação na Igreja e no mundo. Fonte inesgotável de Vida, o Espírito, transforma, renova, orienta, anima, fortalece, constrói comunidade, fomenta a unidade, transmite aos discípulos a força de se assumirem como arautos do Evangelho de Jesus. Cinquenta dias após a Ressurreição de Jesus, celebramos a Solenidade de Pentecostes, a vinda do Espírito Santo, o dom pascal por excelência. Assim como Maria e os Apóstolos, reunidos no Cenáculo, receberam o dom do Espíritos Santo, também nós, na mesma fé e na mesma esperança, estamos celebrando o dom do amor de Deus, recordando o dia em que o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja nascente. O Mistério Pascal chega à sua plenitude com a vinda do Espírito Santo, que une todas as línguas, raças e povos, impulsionando-nos a viver o amor verdadeiro. O Evangelho – Jo 20,19-23 – apresenta-nos a comunidade da Nova Aliança reunida à volta de Jesus...

59º Dia Mundial das Comunicações Sociais

  “Inteligência Artificial e Sabedoria do Coração: por uma comunicação plenamente humana” Todos os anos, a Igreja Católica celebra o Dia Mundial das Comunicações Sociais, instituído pelo Concílio Vaticano II, com o objetivo de promover a reflexão sobre o papel dos meios de comunicação na vida da Igreja e da sociedade. Em 2025, essa celebração chega à sua 59ª edição, e será comemorada no domingo da Ascensão do Senhor, dia 1º de junho. A data é uma ocasião importante para reconhecer o valor da comunicação na construção da verdade, do diálogo, da paz e da evangelização. O Papa Francisco escolheu como tema para este ano: “Inteligência Artificial e Sabedoria do Coração: por uma comunicação plenamente humana”. Esse tema se insere nas profundas transformações que a sociedade vive no campo tecnológico, especialmente com o crescimento exponencial da inteligência artificial (IA) e sua presença cada vez mais constante em todos os aspectos da vida humana — desde a produção de conteúdos, o trab...

SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS 2025

  “Amarás o Senhor teu Deus… e ao teu próximo como a ti mesmo” (cf. Lc 10,27)  A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC) é celebrada todos os anos com o objetivo de reunir cristãos de diferentes tradições em oração e reflexão pelo dom da unidade, tão desejado por Jesus. No hemisfério sul, em sintonia com o calendário litúrgico, essa semana acontece de 1º a 8 de junho de 2025, entre a Solenidade da Ascensão do Senhor e o Domingo de Pentecostes. A data é carregada de significado: a Ascensão nos recorda que Cristo glorificado continua a conduzir a Igreja, e Pentecostes nos impulsiona a viver a unidade no Espírito, que distribui dons diversos para a edificação de um só Corpo. A oração de Jesus, na véspera de sua paixão, é clara: “Pai, que todos sejam um, para que o mundo creia que Tu me enviaste” (Jo 17,21). Essa súplica do Senhor revela que a unidade entre os cristãos não é uma opção secundária, mas um elemento essencial da missão da Igreja no mundo. Onde ...

A ASCENSÃO DO SENHOR: GLÓRIA QUE NOS IMPULSIONA À MISSÃO

  A solenidade da Ascensão do Senhor, celebrada quarenta dias após a Páscoa, é um dos eventos centrais da fé cristã. Ela nos recorda o momento em que Jesus, após Sua ressurreição, subiu ao céu à vista dos apóstolos, para sentar-Se à direita do Pai (cf. Mc 16,19; At 1,9-11). Esse mistério glorioso não marca uma despedida, mas inaugura uma nova presença de Cristo junto ao seu povo e o envio dos discípulos à missão. Ao longo de seu ministério, Jesus anunciou que voltaria ao Pai. A Ascensão é, portanto, o cumprimento dessa promessa. Não se trata de um abandono, mas de uma elevação gloriosa de Cristo, que venceu a morte e agora reina com o Pai. A carta aos Hebreus nos diz: “Entrou no próprio céu, para agora se apresentar diante de Deus em nosso favor” (Hb 9,24). Jesus ascende levando consigo a natureza humana, que assumiu no mistério da Encarnação. Isso significa que, n’Ele, a humanidade foi elevada à glória divina. A Ascensão, portanto, é também esperança para nós: onde El...